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sábado, 10 de agosto de 2013

Do miojo à Ana Maria.

          Já devo ter dito em algum lugar deste blog o quanto eu adoro comer; apesar de ser muito magra e passar a impressão de que eu não sou tão chegada assim na coisa. Sempre fui de assistir aos programas de culinária (alô, alô, Palmirinha) que geralmente são exibidos na TV, mas nunca tive a oportunidade de fazer as receitas, de fato.


Food<3          Quando eu era criança,  me lembro que em algum dos meus aniversários eu ganhei uma daquelas cozinhas de plástico que vêm com armário, pia, fogão e ainda tinha algumas panelas e talheres. Passava longas tardes brincando de cozinhar e adorava. Porém, quando eu cresci e percebi que "cozinhar de mentirinha" era chato demais, fui apresentada a uma realidade que pôde me ajudar a concluir que: eu não tenho dotes culinários. E é aí que começa a minha saga na cozinha.
          Quando mais nova, nunca precisei me preocupar em ir para cozinha, pois aqui em casa sempre foi minha mãe quem preparou as refeições. Mas com o tempo eu percebi que seria saudável que eu aprendesse a fazer as coisas que eu gosto para que eu não precisasse depender de ninguém quando as lombrigas atiçassem. Não me lembro quando foi a primeira vez que eu tentei preparar alguma coisa, mas sei que miojo não conta; afinal, esta é quase uma coisa que a gente já nasce sabendo fazer.
Com as minhas primeiras visitas à cozinha para de fato cozinhar, eu acabei montando uma coleção (ainda não finalizada) de tentativas falhas que só serviram para me fazer acreditar que eu nunca seria capaz de preparar comida de verdade ou sentir amor por panelas.
          Meu primeiro trauma foi adquirido com a receita do tal bolo de caneca que todo mundo diz que é fácil e gostoso e simples e prático e rápido e... E o meu resultado foi este. Apesar da frustração, eu continuei insistindo e a lista de traumas culinários foi aumentando cada vez mais. Teve o episódio dos cookies que ficaram tão duros que se caíssem no chão, quebrariam o piso; a palha italiana que ficou parecendo um chiclete de tão grude-grude. Teve o bolo de chocolate em que eu usei sal ao invés de açúcar (mas eu creio que isso tenha sido mais por burrice do que falta de habilidade com a coisa), o chocolate quente que eu consegui transformar em mousse por excesso de maizena, a pipoca doce que eu fiz com que ficasse colada no fundo da panela e olha, foi difícil desgrudá-la de lá. 
          Mas eu acho que a pior das piores experiências foi com uma torta salgada que eu decidi fazer às 2h da manhã. Peguei a receita na internet, separei os ingredientes e deixei-os todos expostos no balcão, à la Ana Maria Braga. Segui cada vírgula da receita, com o maior carinho do mundo, e correu tudo extremamente bem até eu colocá-la no forno. Deixei lá e não se passaram 2 minutos para que eu percebesse que a assadeira estava derretendo. Sim, d-e-r-r-e-t-e-n-d-o. A bendita não era feita desses materiais que geralmente compõem as assadeiras normais, mas eu já tinha levado ela ao forno elétrico e ao microondas. E aconteceu o que aconteceu. Depois disso, fiquei uns dois meses sem nem pensar em fazer alguma coisa na cozinha.





          Depois de passado o tempo necessário para que eu me recuperasse do trauma, fui me arriscar novamente. Era uma noite de domingo, nestas últimas férias de julho, e me deu aquele tipo de fome que a gente tem quando não há nada pronto. Fui até o computador e busquei por receitas simples, embora eu já tenha conseguido estragar até as mais fáceis. Procurei, procurei, procurei. Não encontrei nada que fizesse meu estômago se alegrar um pouco. Mas isso foi até eu me deparar com uma receita que fez o pessoal da sonoplastia da minha vida soltar um coro de anjos ao fundo. E era o passo-a-passo de um risoto *ok, deixo este espaço no texto que é pra vocês se recuperarem da crise de risos e poderem seguir com a leitura*. Me enfiei na cozinha por 1 hora e a cena final foi bem parecida com aquelas em que o médico termina a cirurgia exausto, passa a mão na testa, enxuga o suor e larga os bisturis, porém substituindo os artefatos médicos por uma colher de pau. E por um segundo, meus olhos se encheram d'água. A receita funcionou tão perfeitamente bem que eu fiquei até com pena de comer; e se eu pudesse, empalharia o prato ou imergiria-o no formol só pra conservar pro resto da vida aquela cena maravilhosa. Além de ter ficado uma delícia, este acontecimento histórico me motivou a continuar tentando. Desde então, eu aprendi a fazer cupcakes, mousse de maracujá, macarrão ao creme de leite e bacon, e (pasmem!): carolinas recheadas. Acho que a emoção que eu senti ao ver a massa ali, toda lindinha, crescendo no forno, deve ser bem parecida com o que se sente ao ver um filho nascendo. Foi mágico.
          A mudança na minha vida foi tão grande que, vira e mexe, me encontro namorando vitrine de lojas de artigos de cozinha e acho que estou desenvolvendo a Síndrome da Dona de Casa. Mas querem saber? Com síndrome ou sem síndrome, o que importa é: eu aprendi a cozinhar!


Beijos e me liga pra gente trocar receitas :*


Para não perder o costume, vou usar novamente a mensagem de rodapé do post pra me desculpar pela ausência das postagens e blablablá. Mas durante estas férias, além de ter dedicado um tempo à cozinha, estive pensando bastante no blog. Creio que eu esteja passando por uma fase um tanto quanto multimidiática da minha vida e no último mês tive muita vontade de investir nisso. Tenho alimentado um apego muito grande por vídeos em especial, mas também por todos esses outros formatos que têm surgido na blogosfera. Quem me acompanha desde o começo aqui no blog, com certeza conseguiu perceber que ele mudou ao longo do tempo, junto comigo. E de fato é isso mesmo que eu quero: que ele me acompanhe em cada etapa da minha vida. Por isso, estou pensando em inserir alguns detalhes por aqui, a fim de compartilhar a mudança que está acontecendo em mim. Tenho recolhido opiniões de várias pessoas a respeito e todas elas apoiaram a ideia. Não vou mudar da água para o vinho, nem deixar perder a essência que eu construí em 3 anos por aqui; e o que eu fizer, vai ser inserido aos poucos para a gente ver no que dá. Decidi aproveitar este post para apresentar uma das ideias, que é a "coluna" de culinária. Pensei que seria interessante que eu compartilhasse com vocês o que eu tenho aprendido na cozinha; e podem ter certeza de que vai ser da forma mais simples e prática que existe, haja vista todas as minhas frustrações passadas. Devo todos os créditos da ideia à minha amiga Lari (uma salva de palmas, plateia) e foi ela quem sugeriu um nome para a coluna. Preparados? Todos prontos? Aí vai: "Acordei com fome". Trocadilho com o nome do blog, "acordei", "Bom dia, Sophia"... Entenderam? Não? Ok.
Então é isso, gostaria muito, muito, muito que vocês deixassem nos comentários as opiniões, o que vocês acham da ideia, se gostariam de ver isso, vídeos e outras coisas no blog... Combinado? Obrigada!