O dia estava começando e o sol nascera não fazia nem trinta minutos. Estava ali, sentada naquela desconfortável cadeira do saguão do aeroporto e apesar de estar muito cedo, a movimentação ali era bem grande. Olhava para o único relógio que havia por perto e a hora parecia realmente não passar, me deixando cada vez mais angustiada. Quanto menos as horas passavam, mais me dava vontade de fugir daquele lugar e voltar para onde eu nunca deveria ter saído. Mas a vida –ou talvez o destino- me disse que eu já tinha dado o que tinha que dar por ali, que era hora de eu recomeçar minha vida em outro lugar. Talvez um outro país. E eu estava começando a acreditar nisso.
Algumas dezenas de minutos se passaram e som do aeroporto foi aberto, anunciando que os passageiros do voo para os Estados Unidos deveriam encaminhar-se até o portão principal. Me levantei cansadamente e peguei minha bagagem, que até então estava praticamente jogada no chão, ao lado da minha cadeira. Andei alguns metros até chegar na pequena fila que se formava próximo ao portão. Na minha vez, revistaram-me, me pediram o passaporte e encaminharam minhas bagagens até o avião. Dei uma última olhada para trás, e acredito ter deixado escapar um leve suspiro, que fez o homem que estava trás de mim na fila olhar-me com cara de dó. Subi as escadas que ligavam o solo até o avião, e meus passos pareciam pesados. Cada vez que eu avançava um degrau, meu sub-consciente me dizia para largar tudo e voltar. Mas eu precisava ir e no fundo sabia que talvez essa seria a melhor opção.
Entrei dentro da aeronave e passei os olhos em quase todas as poltronas, na tentativa de localizar a minha. Enfim me sentei. O lugar começou a encher de pessoas e cada uma se acomodando em suas respectivas poltronas.
Reparei em cada pessoa que estava ali. Comecei por um homem, que já aparentava ter seus quarenta e poucos anos; folheava um jornal que estava levemente amassado. Lia, com feição preocupada, a página de economia, onde mostrava que o dólar estava em alta. Por um minuto, pude perceber leves traços de desespero em seu rosto. Deveria estar preocupado com negócios.
Ao seu lado, estava uma senhora. Esta já deveria ter passado dos sessenta e estava sozinha. Não parecia estar tão preocupada quanto o homem do jornal, mas tinha em seus olhos uma notável tristeza. Não sei dizer o porquê, mas ela parecia não estar bem. Ela observava o solo, pela janela.
A umas duas fileiras à frente dos dois, estava um casal. Não consegui ver seus rostos, afinal, eu estava mais atrás. Pude notar que eles conversavam com um certo tom de felicidade, provavelmente seriam turistas empolgados com a viagem. Em menos de cinco minutos, a mulher pareceu falar alguma coisa para homem, que não recebeu muito bem o que ela disse. Ele disse algo, que não consegui entender, que fez com que a mulher o xingasse. Cada um virou o rosto para um lado, e evitavam ao máximo qualquer olhar. Confesso que foi um tanto quanto engraçado vê-los ali, parecendo duas crianças de cara virada, uma fazendo mais birra que a outra.
Na poltrona em minha frente, estava uma moça. Loira, cabelos lisos e pele clara; era apenas isso que eu conseguira ver dela. Pelo movimento que seu corpo fazia, ela parecia estar nervosa; levou sua mão aos olhos e em seguida pude vê-la úmida. Provavelmente estaria chorando. Logo em seguida vi que ela lia uma carta. Talvez era esse o motivo de seu choro.
Depois de olhar todas essas pessoas que estavam a bordo, parei um pouco pra refletir. Estava ali, com uma provável preocupação no rosto, como o homem; uma notável tristeza no olhar, assim como a senhora; uma dose de raiva, como a da mulher e um pouco de nervosismo, como a loira à minha frente. E então notei que ali todos tinham problemas, assim como eu; mais graves ou menos importantes, mas tinham. E vi também que por mais que eu brigue comigo mesma, sempre vou estar com problemas, querendo ou não. É natural da vida e nós tinhamos que aprender a lidar com eles.
Respirei fundo e vi o avião decolar. Estava um pouco melhor do que quando havia entrado. Olhei pela janela e o que vi me encantou. A paisagem era absolutamente fascinante, nuvens brancas como a neve, e o céu azul. Tão azul quanto o mar. E então percebi que poderia ,sim, recomeçar minha vida. Aqui ou lá. Da melhor maneira possível. Isso só dependia de mim mesma.
Beijos e me liga para contar do seu embarque :*
PS1: Finalmente um texto que eu tenha gostado de fazer \o/
PS2: Comente, deixe sua marquinha aqui (:
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Embarque.
sábado, 20 de novembro de 2010
Carta Para Julieta.
Brasil, 20 de Novembro de 2010.
Querida Julieta Capuleto,
Esta é só mais uma das milhares de cartas desesperadas que você recebe diariamente. Não vou ficar aqui contando a minha história porque, cai entre nós, sei que você deve estar farta de histórias de amor mal resolvidas e de problemas amorosos.
Não quero que você me diga para esperar pelo meu amor verdadeiro, que ele certamente virá. Disso eu sei, e não preciso que a resposta venha de Verona, de uma italiana que foi amada até que a morte os separasse. Mas mesmo assim, quero respostas.
Você, que é uma pessoa com a situação ligeiramente parecida com a minha, acredito que seria a melhor pessoa para me responder. Porque a vida –ou em alguns casos, as pessoas- parecem ser tão cruéis conosco? Quando duas pessoas se conhecem e, de certa forma, se combinam, nada mais justo do que ficarem juntos, concorda? Se fosse para sofrer, o destino não deveria ter permitido que acontecesse. O destino que é todo poderoso, devia ter também o poder de evitar que corações se partissem e que fossemos usadas.
Mas não, não é isso que acontece. Eu sei –e acredito profundamente- que com cada sofrimento aprendemos algo, mas não me importaria de não aprender nada, desde que nunca tivesse sofrido. A vida parece ser um ciclo: você cai imaginando que não conseguirá se reerguer do tombo, mas se ergue e acredita que nunca mais cairá. E o mesmo digo para isso que chamam de amor; parece ser um ciclo vicioso. Você ama e quebra a cara, depois se desacredita de qualquer sentimento até conhecer outra pessoa. Nisso, você cai na besteira de acreditar que talvez dessa vez possa ser diferente, e o tempo passa e te prova o contrário. Mas mesmo assim, mesmo sabendo que no final você vai acabar caída como foi nas tantas outras vezes, você não desiste de insistir nessa besteira toda. Afinal, somos seres humanos e tolos por natureza.
Não procuro o homem perfeito. Eu procuro um ser humano, somente isso. Tento encontrar alguém que seja humano, que tenha sentimentos e que estes sejam sinceros, pelo menos uma vez. Alguém que veja as coisas da maneira certa, que não tente cobrir o mundo com um pano preto, na tentativa de não ter que ver a realidade e sofrer com isso. Mas o mundo está aí, para quem quiser vê-lo, e os mais bobos preferem acreditar que a vida é cor-de-rosa e que tudo vai dar certo. Queria poder acreditar nisso. Não é pessimismo, é realidade.
Mas também não desejo um amor como o seu e de Romeu. Veja o final de vocês... Não quero amar enlouquecidamente e ser amada eternamente, mas morrer no final. Se eu tivesse a oportunidade de ao menos ser amada, que durasse. Eu sei, sou exigente.
Mas enfim, se puder me responder, ficarei grata. E se quiser saber de toda a minha história, passa o seu msn. Afinal, até você receber todas as minhas cartas, provavelmente já estarei casada.
Com carinho, Yasmin.
Remetente: Yasmin Vizeu, São Carlos, Brasil.
Destinatário: Julieta Capuleto, Verona, Itália.
PS: Era para ter ficado diferente, mas a inspiração não ajudou, então.................
PS2: Se você não entendeu muito bem, assista o filme “Cartas Para Julieta” e releia o post (:
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domingo, 14 de novembro de 2010
Se há vingança, é porque antes houve um coração ferido.
Acordei com o sol batendo em meu rosto. Abri os olhos devagar, afinal, a claridade era forte. Vi através da janela que o dia estava bom, o sol já estava alto e o céu azul. Respirei fundo e fechei os olhos novamente, colocando minha cabeça em ordem e me acordando por inteiro; só depois de alguns minutos eu pude me lembrar da noite passada. Para ser sincera, preferia não ter lembrado.
sábado, 6 de novembro de 2010
O que impede a felicidade é o medo de tentar.
Medo de sonhar. Medo de acreditar nos sonhos.
Medo do futuro. Medo maior ainda do presente.
Medo do amor e medo de ser amada. Medo de amar.
Medo de acreditar nas pessoas. Medo do mundo lá fora. Medo da insegurança dentro de mim. Medo dos sentimentos das pessoas.
Medo do que pode acontecer e do que nunca acontecerá. Medo de tentar ser feliz.
Medo de fazer e me arrepender. Medo de me arrepender por não ter feito. Medo de viver. Medo de morrer.
Enfim, sou feita de medos. Talvez seja essa minha característica.
Beijos e me liga pra contar dos seus medos :*
PS: Ultimamente ando com post monossilábicos. Talvez seja por que não ando me encontrando nem mesmo em palavras. Vou ver se escrevo um conto para o próximo post, me deu saudades.
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Beijos e mais beijos.
Beijo de amor, beijo de paixão, beijo com sentimento, beijo de carinho, beijo de emoção.
Beijos e me liga pra contar dos seus beijos :*
PS: Minha estréia com as rimas o/ te garanto, não é lá muito fácil rimar viu...
PS2: Me desculpem a ausência, meu pc tava no conserto, mas já o peguei novinho em folha :)
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