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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Uma ida sem volta.

O dia tinha amanhecido não fazia tanto tempo, a estação estava com um movimento relativamente normal, e fazia um frio cortante. Estava sentada naquele banco de madeira, próximo a linha do trem, esperando que você chegasse com as nossas passagens. Você finalmente tinha tirado uns dias da tua vida para me fazer companhia, de tanto que eu havia insistido. Iríamos fazer uma pequena viagem, passar um tempo juntos, qualquer coisa. O que realmente importava era que iríamos aproveitar a companhia um do outro. Mas eu não sabia se realmente queria isso.
Esfreguei a palma das mãos no meu rosto, na tentativa de esquecer tudo que minha mente tentava fixar. Respirei fundo e te vi chegando com o par de bilhetes na mão. Sorri daquele jeito que você adora que eu faça, o que te fez sorrir também. Me levantei, peguei minha passagem e, colocando-a no bolso do casaco, me aninhei a você para que me esquentasse. Eu realmente encontrava um pouco de paz quando ouvia as batidas do teu coração. E já disse que teu abraço era a cura de qualquer problema, não disse?
Nosso trem estava se aproximando e as pessoas começavam a se levantar dos bancos e a formarem uma fila desorganizada atrás da linha amarela. Alguns minutos foram necessários para que a maioria das pessoas conseguissem entrar no trem e se ajeitarem em seus respectivos assentos. Entreguei meu bilhete ao homem que estava na entrada, você entregou o teu e juntos entramos a procura dos nossos bancos. Antes de me sentar, parei e olhei para você, que com o seu melhor sorriso me disse: "pode se sentar na janela, meu amor". Sorri de volta e me acomodei.
Minha cabeça estava mais cheia do que aquele vagão. Pensamentos que há muito insistiam em tomar conta de tudo, inclusive das minhas decisões. Eu te amava demais, sabe. O sentimento que eu alimentava, era com certeza cinquenta vezes maior do que o que você sentia por mim. Você gostava de mim. Eu te amava. Dá pra sentir a diferença, não? Mas o que sempre me machucou foi sentir como se eu fosse a segunda opção. A fuga que você encontrava para fugir dos problemas, das responsabilidades, da tensão e do relacionamento desgastado. Para você era bem cômodo. Para mim nunca foi.
Estava com os olhos fixados no mais longe que pude, quando senti que você colocou sua mão sobre a minha. Te olhei nos olhos e senti, mais do que nunca, que não seria fácil ficar sem você; mesmo você estando longe. Não seria fácil te perder. Mas eu acabei percebendo, naquele momento, que eu não iria te perder. Afinal, não se pode perder uma coisa que você nunca teve.
Os últimos passageiros ainda estavam por embarcar quando eu me levantei e te pedi para que esperasse, iria ao banheiro. Fui até a porta dele, que por ironia do destino ou não, era exatamente ao lado da porta que dava acesso ao lado de fora do trem. Pensei duas vezes em qual porta eu cruzaria. Não entrei no banheiro.
Saí do vagão com o coração na mão e a dúvida derramando pelos olhos. Será que eu acabara de fazer a coisa certa? Se fiz certo ou não, isso ainda vou saber, mas sei que naquela hora estava doendo muito. Passei a mão pelos cabelos e em seguida desci-a até os olhos, para enxugar o que escorria deles. Vou sofrer, vou chorar, vou sentir falta, vai doer, vou querer desistir e ir atrás.
Mas "vai passar, sempre passa".
Vi o trem começar a se movimentar e sair de onde estava. Fechei meus olhos, o coração apertou. Apertou muito. Independente do tamanho do meu amor por você, eu resolvi tentar me amar também. Muito obrigada por tudo que fez por mim e pela felicidade que já me proporcionou. E agora, que aquele vagão te leve pra bem longe de mim; leve meu amor, minha tristeza, meu sofrimento, minha saudade e, o principal: leve a esperança que eu tinha de que pudéssemos algum dia darmos certo.

Beijos e me liga para contar da tua decisão dolorosa :*

PS1: Se você leu até aqui, meu eterno parabéns! Obrigada por perder alguns minutos da tua vida lendo mais um dos meus textos quilométricos.
PS2: Com tanto tempo escrevendo, acho que essa foi a única vez em que eu consegui transformar exatamente o que eu estou sentindo/passando, em um conto.
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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sessenta segundos.

Acabei de descobrir que tenho sessenta segundos para escolher o que quero levar comigo. Dez segundos já se passaram só para eu perceber que não preciso de muito para estar feliz. Não é isso e nem aquilo.
Talvez se a escolha fosse tua, eu nem passaria pela tua cabeça nesse um minuto. Não por ser pouco tempo para se escolher tudo que queira carregar, mas por existirem coisas mais relevantes a que se deve pensar. Sei que neste meio-tempo você se desesperaria, correria pra pegar teus objetos de maior valor, celular, algumas roupas, tua mãe e teu amor. Afinal, do que mais precisaria, não é mesmo? Tendo o que vestir, como se comunicar, alguém para cuidar de você e outro alguém para te amar... realmente não precisaria de mais nada.
Eu? Bem, acabei de olhar para o relógio e já se passaram quarenta segundos. Ainda me encontro aqui, sentada na cama, pensando no que carregar junto de mim. Pensei no meu telefone, nos meus melhores sapatos, minhas melhores roupas, minhas jóias... Mas espere. Pra quê? Chega de materialismo, ainda mais quando ele não irá me fazer feliz. Meu estado físico não garante meu estado emocional. O que eu levaria comigo não está nas vitrines de Nova York, nem nas passarelas de Paris. Muito menos na 5th Avenue.
A única coisa da qual eu preciso ter comigo possui nome, sobrenome, endereço e, diga-se de passagem, um sorriso maravilhoso.
5...4...3...2...1.

Beijos e me liga pra contar dos teus sessenta segundos :*

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domingo, 12 de junho de 2011

Cadê você?



São Carlos, 12 de Junho de 2011.

Querido Futuro Namorado,

Tudo bem, namorado? Espero que sim.
Aonde você está? Está muito longe? Muito perto? Eu te conheço? Ou ainda vou conhecer? Vai demorar a chegar? Estou passando mais um doze de Junho sozinha.
É que sabe, eu sinto a sua falta. Sinto falta de ter a quem presentear no dia dos namorados, sinto falta de ter a quem chamar de "meu amor". E confesso sentir falta até de dizer um "não, hoje não posso sair. Vou ficar com o meu namorado".
Não é muito divertido ficar esperando por alguém. Mas eu espero por você. Espero desde pequena por alguém que possa andar comigo por aí de mãos dadas. Por alguém pra esquentar quando as temperaturas caírem, pra eu ligar cinco minutos depois de ter saído da minha casa e dizer que já estou com saudades. Eu sinto falta. Sinto tua falta, namorado.
Às vezes paro no meio da noite, como no clichê de sempre, e fico pensando. Não faço ideia de onde você possa estar, e de quem possa ser. Mas sei que eu vou te amar demais quando você chegar.
Amar não é tão ruim quanto eu insisto fazer meu cérebro pensar. Entendo que só acho uma droga porque ainda não te conheci. Por que está demorando tanto a chegar? O caminho é longo? Ou você não achou meu endereço ainda? Não seja por isso, eu o passo quanto antes. Eu te quero, querido namorado.
Espero que tenha entendido o quanto eu preciso de você, o quanto eu espero por você. E só mais uma coisa: não demore, por favor. Venha cedo, para que ainda possamos aproveitar uma vida toda juntos.
Aguardo resposta.


Eu te amo Futuro Namorado,
Yasmin.

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PS: Um feliz dia dos namorados para todas que namoram :)
PS2: Às que não namoram, coloquem uma coisa em suas cabeças: 12 de Junho é só mais uma data para movimentar a economia. Para se presentear alguém, não é preciso uma data específica. E estar sozinha não é o fim do mundo, meninas.
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