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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Até logo...



      O espelho a encarava. Refletia um rosto calmo, delicado, uma pele clara e lábios levemente rosados. As cortinas da janela de madeira balançavam de forma que anunciasse a manhã fresca que estava por vir; e a harmonia da brisa, junto dos poucos raios de sol que conseguiam atravessar as nuvens, era quase a mesma harmonia que se instalava dentro da garota. Há muito não se sentira tão bem.
      Passou a escova por entre os cabelos dourados e amarrou os delicados cachos com uma fita de cetim branca. Passou a palma das mãos pela caixinha de jóias, encapada por um veludo vermelho, e tirou a poeira que ali repousava. Abriu-a e, deixando escapar uma doce e lenta música dali de dentro, passeou a ponta dos dedos pelos cantos da caixa, como quem acariciasse algo. Pescou o brinco que mais adorava: uma pequena estrela dourada. Colocou-os e em seguida puxou uma correntinha, cujo pingente era um relicário. Ali dentro descansava uma foto, e carregar aquela corrente junto do peito toda vez em que saía era uma forma de manter perto dela quem estava longe.
      Voltou a olhar-se no espelho. Ajeitou o vestido, deu uma leve borrifada de perfume em cada lado do pescoço, e em seguida sentou-se à beira da cama. Estava pronta. Prontinha. Só faltava acreditar que finalmente o momento chegara. Custou a entender que poucos minutos era o que a distanciava do abraço que desejara desde o último longo semestre.
      Já te disseram que a saudade é capaz de torturar as pessoas? E se você acha que existe sentimento pior do que a saudade de quem não se pode ter ao lado sempre, sinto lhe dizer, mas você está redondamente enganado. Só quem sente é que sabe.
      A garota do vestido longo, de tecido fino e flores levemente desbotadas levantou-se, deu uma breve olhada no espelho e sorriu com o resultado que ali se refletia. Ela estava em paz. Por mais íncrivel que isso possa parecer, ela estava plenamente em paz.
     Apanhou a bolsa e saiu porta a fora, saltitando por dentro e exalando alegria.
     No final do dia, quando o sol se escondeu e permitiu que aquelas duas pessoas sentadas a beira do lago fossem iluminadas pela luz da Lua, ela sentiu-se da mesma forma que havia se sentido na última vez em que vira quem tanto amava. E, novamente, concluiu: a despedida é a pior parte de um reencontro.

Beijos e me liga pra contar do teu reencontro :*

PS1: Acho que não tenho muito o que dizer depois deste conto...
PS2: Ando estado tão ausente do blog que até me sinto envergonhada... só tenho que pedir desculpas :(
PS3: Comente, deixe sua marquinha aqui ;)



11 comentários:

  1. Que lindo! *--*

    Despedidas não são nada fáceis, gostei da forma como se expressou.

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  2. Já disse, e vou repetir, me sinto dentro das tuas histórias. É maravilhoso o jeito como descreve cada detalhe, cada movimento dos personagens... E indo ao tema, despedidas, saudades, todos os "fins" destroem qualquer um.
    Beijos!

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  3. Espetacular esse texto
    me prendeu até p final
    Parabéns Yasmin
    Saudade é algo que realmente deixa marcas.

    Abraço !!
    Att,
    sawuelbruno™

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  4. Bonito! Reencontro são assim, a gente demora tanto pra ficar forte, de bem com a vida e lidando com a saudade, que quando vemos o amado novamente, tudo muda. Perdemos o chão e vemos o quão necessário ele se faz em nossa vida. Beijos

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  5. ai que fofura!! quando a saudade se resolve unir à distância pode preparar os olhos - as lágrimas chegam rapidinho.. só quem vive sabe... =/

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Linda forma de descrever, uma delicadeza que nos envolve na leitura... Perfeito! Reencontros são lindos e ao mesmo tempo crueis, sempre abalando nossas estruturas...
    Amei demais, Yasmin! Texto maravilhoso! *-*
    Beijos, flor!

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  8. Saudades, só sente é que realmente sabe. Sentimento traiçoeiro as vezes outras vezes gostoso de sentir, outras triste.
    Lindo conto flor!

    Beijos

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  9. Nhaw, Yasmin, que texto doce! Acho que são os detalhes, fazem dele tão lindo de se ler, de se degustar, e cada detalhe é tão precioso, tão delicado que a gente acaba se vendo nas palavras, na personagem. E aguentar a saudade é algo tão difícil de suportar, a gente tenta esconder, dizer que está tudo bem, mas na verdade sabemos o que queremos, e sabemos mais ainda o quanto dói não o termos por perto.

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  10. Tão doce, mesmo que essa saudade seja de dor. Da distância de alma. Gostei muito.

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  11. Que coisa fofa Yasmin. Exalando aquele nervosismo que se dá quando vai ver a pessoa novamente,rs.
    Fofo mesmo *-*

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Não leio mentes ainda, então não vou saber o que você achou a menos que comente.