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domingo, 2 de outubro de 2011

l'enfance


    Outubro. Esta é época em que as temperaturas altas e os americanos deitados debaixo de árvores no Central Park dão lugar às folhas secas e, ora marrons ora avermelhadas, caídas pelas calçadas. Os fins de tarde com muito vento anunciavam que dentro de três meses já seria Natal. Os casacos já começavam a serem tirados do guarda-roupas e a paisagem começara a mudar.
     Caminhava pela cidade já havia pelo menos uma hora. Presenciei de tudo: desde o casal discutindo dentro do carro em meio ao trânsito até a criança que estava dentro do carrinho, observando curiosamente um pássaro que alimentava seu filhote dentro do ninho, no topo da árvore.
    Mas foi quando, passando pela calçada do Lincoln Center, ouço um toque ritmado de piano. Doce, lento, delicado. Demorei alguns segundos para perceber que a música vinha do prédio, onde ficava o New York City Ballet. Famosa pelas mais impecáveis apresentações e pelos mais disciplinados bailarinos, a companhia de ballet me fascinava desde quando me entendia por gente.
    Entrei e caminhei até chegar onde estavam acontecendo os ensaios. Não pude deixar de notar que era o horário das crianças. Não chegavam a um metro de altura, garotinhas brilhantemente vestidas com as roupas do espetáculo, e mais se pareciam bonecas. A música era tocada por um piano de longa cauda, localizado no fundo do lado esquerdo do palco. Recostei no batente e me permiti observar a dança.
     De repente meu corpo parou. Minha mente se desligou instantaneamente quando a música principal de O Quebra Nozes começou a ser tocada. Senti uma onda me invadir. Poderia ficar o resto da vida tentando explicar o que senti, mas nada chegaria perto do real. E foi então que me vi lembrando de quando eu era mais próxima das sapatilhas, dos collants, do palco, do piano. Não devia ter mais do que quatro anos. O Quebra Nozes foi meu primeiro, e último, espetáculo.
    Porém, o que mais me chamara a atenção foi uma das bailarinas. Loira, coque preso no alto da cabeça, branca como algodão, um pouco menor que o restante da turma. Olhos azuis. Senti como se me visse ali, naquela garota, há pelo menos uns vinte anos atrás. Vendo-a ali, naquele figurino bordado em pedras e com um tule quase maior que a menina, me lembrei de uma fotografia. Eu, o mesmo figurino e mamãe, depois do espetáculo. Saudade.
    Alguns pais começaram a passar por mim e irem em direção ao palco. Olhei para o relógio e vi quanto tempo já havia passado, a aula chegara ao final. Vi quase todas as crianças saírem de mãos dadas com seus respectivos pais. A garotinha loira, dona dos olhos azuis, passou por mim e, talvez por ter percebido meu sorriso enquanto vinha, soltou um doce e inocente:
- Olá, moça bonita.

Beijos e me liga para contar do seu tempo de garotinha bailarina :*

PS: Texto totalmente fictício. Nunca tive habilidade nenhuma para a dança... Sempre achei a coisa mais maravilhosa do mundo ballet clássico, mas infelizmente não levo jeito pra coisa.
PS2: Comente, deixe sua marquinha aqui ;)
   

7 comentários:

  1. Own que fofo e doce essa estória. *-* bj.

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  2. Achei de uma delicadeza sem fim o teu texto!

    ^>^

    Beijinho.

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  3. oi muito fofo seu Blog,estou seguindo,daria para você seguir me de volta!bjs

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  4. Ameeeeeeeei a descrição, sem exagero. Muito lindo, romântico, doce... Visualizei tudo.
    Você arrasa, Yasmin! *-*
    Beijos!

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  5. Toda a descrição faz com que o leitor sinta as emoções, participe da mesma. Muito bom o texto, Yasmin, amei-o. *--*
    Parabéns pela escrita.

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  6. Toda a descrição faz com que o leitor sinta as emoções, participe da mesma. Muito bom o texto, Yasmin, amei-o. *--*
    Parabéns pela escrita.

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  7. Jurava que era de verdade, pareceu muito real. Que bonito. Eu fazia balé quando criança, mas criança mesmo, 3, 4 anos, é meigo demais. Compartilho contigo esse não dom pra coisa. hehe
    beijos guria

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Não leio mentes ainda, então não vou saber o que você achou a menos que comente.