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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Tempestades.


"Quando a chuva passar, quando o tempo abrir
Abra a janela e veja, eu sou o sol".



O mundo caía lá fora. Jogada no sofá próximo a janela de vidro eu via a tempestade cair; o céu em tom acinzentado, a enxurrada passando pelos meios-fios e o vento forte que mais parecia uivar do lado de fora, caracterizavam aquele entardecer. O barulho forte dos trovões e da água caindo na rua me fazia pensar. Trazia à tona justamente pensamentos que eu queria esquecer; a tempestade, além de estar lá fora, estava dentro de mim também. Parecia estar bem frio lá, mas aqui dentro estava quente, confortável. Eram muitas pessoas totalmente encharcadas, pingando água, que eu via passar pela calçada em uma velocidade relativamente alta, como se estivessem perdendo hora. Para quê correr? Por que não aproveitam e descarregam todo o estresse, o ódio, a mágoa, deixando a chuva levar embora? Talvez eles não tenham tantos sentimentos assim; talvez só eu tenha esse tipo de coisa. Por que então não vou eu lá e faço tal coisa?
Não. Era arriscado demais e provavelmente eu não teria vontade de voltar para dentro depois.
Abri uma pequena fresta na janela para que entrasse um pouco de ar que, acompanhado trouxe alguns respingos da chuva para o meu rosto. Eu gosto de chuva, e do cheiro dela também. Mas a chuva era tão intensa que tive de fechar antes que me molhasse inteira. Antes de fechar os olhos, em mais uma tentativa de esquecer do mundo, te vi do outro lado da rua. Você andava calmamente em meio a tanta água que caia do céu, mas a sua feição te entregava. Ela mostrava,
a quem quisesse ver, que você também sofria. Acho que assim como foi para mim, o nosso desfecho também te afetou; e eu que pensava que você não tinha sentimentos, que você estava bem ainda depois de tudo o que aconteceu. Você me fez discordar de mim mesma e das minhas próprias teorias. Me provou que é um ser humano assim como todos os outros e que também sente por ter acabado.
Me aproximei mais da janela, na esperança de ainda te ver dobrar a esquina, mas você já tinha ido. Recostei minha testa naquele vidro gelado, respirei fundo, embaçando o vidro e me fazendo lembrar da minha infância, quando desenhava corações nos vidros do carro que ficavam embaçados, em dias de chuva. Fechei os olhos e senti uma lágrima quente percorrer o meu rosto. Era a lágrima do arrependimento. A mesma que também continha muito amor.
Abri os olhos e vi a rua que parecia estar mais molhada do que nunca. Me joguei novamente no sofá e enfim peguei no sono.
Acordei e já estava escuro, a chuva já tinha ido embora mas a rua ainda estava molhada. E dentro de mim ainda estava tudo como era antes.

Beijo e me liga para contar da sua tempestade :*

PS: A minha internet voltou \o/
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PS3: Essa semana o Bom Dia Sophia completou 1.000 visitas \o/

6 comentários:

Não leio mentes ainda, então não vou saber o que você achou a menos que comente.